Pintura de exteriores, modo de fazer

Para pintar as janelas e outras superfícies que se encontrem a pouca altura, é suficiente uma escada de dois degraus ou um andaime improvisado com uma prancha apoiada nos degraus de duas escadas comuns. No entanto, para pintar calhas, janelas e outras superfícies que se encontrem mais altas, você necessita de uma escada de encostar ou mesmo de um andaime.

Escadas de encostar

Forma correta de utilizar uma escada de encostar: cuidado, não seguir estas instruções pode resultar em graves acidentes
Forma correta de utilizar uma escada de encostar: cuidado, não seguir estas instruções pode resultar em graves acidentes

A escada pode ser de um único corpo ou extensível. Esta é a mais indicada, visto que se adapta à altura do trabalho. Se, ao colocá-la, você não tiver ajuda, faça-o apoiando os pés da escada junto à base da parede. Depois, erga a outra extremidade acima da sua cabeça, caminhe na direção da parede e levante a escada — mediante deslocação das mãos de degrau em degrau — até que esta fique vertical. Por fim afaste os pés da escada da parede. A distância entre estes pés e a parede deve ser aproximadamente um quarto da altura da escada. Se tiver um ajudante, este deve colocar o pé no primeiro degrau e segurar a escada ã medida que vai sendo erguida a parte superior desta. Se a escada for do tipo extensível, ou de lanços, você deve erguê-la fechada, estendendo-a apenas quando estiver na posição vertical. Certifique-se de que o dispositivo de fixação está bem seguro.

Comece sempre a pintar do lado direito da superfície a revestir, de modo que, ao deslocar a escada, esta se apoie sempre de encontro a áreas que ainda não tenham sido pintadas.

Trabalhe de modo que o seu ombro fique ao nível da extremidade superior da escada. Terá dessa forma comprimento de escada suficiente para se agarrar e não ficará muito afastado da área que está pintando.

Medidas de segurança na pintura de exteriores

Se possível, amarre a extremidade superior da escada a um ponto de apoio. Caso contrário, espete no chão um taco de madeira e amarre-o ao degrau mais baixo, para evitar o deslocamento da escada. Em último caso, peça a alguém que a segure enquanto trabalha.

Se for necessário apoiar a escada a superfícies já acabadas, envolva os topos com um pano, para não danificar a pintura. Com um gancho em forma de S, pendure o recipiente da tinta num dos degraus. Terá assim uma das mãos livre para se agarrar à escada.

Nunca encoste a escada a vidros, plásticos ou a outros materiais suscetíveis de se quebrarem.

Ao mudar a posição da escada, afaste-a sempre da superfície de apoio. Andaimes. Se a superfície a pintar for grande e se se encontrar a uma altura do solo que não permita realizar o trabalho com uma escada, utilize um andaime, que pode ser alugado em casas da especialidade. O recurso a um andaime é bastante mais dispendioso. Além disso, o andaime exige muito tempo para ser montado e desmontado. Contudo, oferece uma plataforma ideal para trabalhar. No caso do chão ser rígido e plano, você pode recorrer a um andaime com rodas, o que facilita o seu deslocamento.

Sequência da pintura de exteriores

Comece por pintar as superfícies para as quais necessita de uma trincha larga. É o caso das paredes exteriores do edifício. Para melhor pintar os cantos e áreas de difícil acesso, utilize um pincel pequeno, que servirá ao mesmo tempo para recortar a pintura junto a janelas ou outros acidentes.

Em seguida é indicada a sequência para a pintura exterior de uma casa.

1. Limpe as calhas, proceda às reparações necessárias e aplique no seu interior duas demãos de tinta betuminosa. Para a pintura exterior das calhas, se estas forem de chapa galvanizada, siga as instruções apresentadas para a pintura de metais.

2. Limpe a cornija com uma escova de aço e, se necessário, lave com uma solução de detergente ou uma solução fraca de lixívia, esfregando com uma escova de piaçaba. No caso de proceder a esta lavagem, deverá, no fim, passar por água limpa.

Procedimento para a pintura de exteriores
Procedimento para a pintura de exteriores

Antes de fazer a pintura em exteriores você deve preparar a superfície que receberá a tinta. E essa etapa é fundamental pois a tinta ficará exposta ao ar livre e sem os devidos cuidados com a preparação, você vai precisar repintar frequentemente.

Como tratar os principais materiais usados em exteriores para receber tinta

Madeira

Madeira resinosa que nunca foi pintada:

  1. Alise, se necessário, com uma plaina e com lixa de madeira.
  1. Aplique isolador nos nós e nas manchas de resina para evitar que esta exsude.
  2. Aplique um isolante ou selador de boa qualidade e próprio para madeira.
  3. Tape os buracos ou fendas com massa resistente à água e, quando esta estiver seca, passe uma lixa,
  4. Limpe bem a poeira.
  5. Aplique a 1a. demão.

Dê pelo menos, uma demão de esmalte.

Madeira já pintada

Madeira em más condições:

  1. 1. Queime a tinta em toda a superfície;
  2. Retire toda a tinta que restar com uma lixa grossa, utilizando um raspador nos ângulos e cantos.
  3. Use uma lixa de grão médio para madeira de modo a obter uma superfície lisa.
  4. Aplique isolador nos nós e manchas de resina;
  5. Aplique um isolante ou selador para madeira em toda a superfície;
  6. Tape os buracos ou fendas com massa, lixe e aplique a 1a. demão;
  7. Uma vez secas as áreas emassadas, passe uma lixa de grão médio para madeira e aplique a 1a. demão;
  8. Aplique uma demão de esmalte – duas, se pretender maior proteção e melhor acabamento.

Madeira em condições razoáveis:

Lixe com uma lixa de grão médio própria para madeira e continue como se indica nos números 6, 7 e 8 de madeira em más condições, acima.

Madeira compensada e folheados

Os vernizes e os imunizadores proporcionam neste tipo de madeiras um acabamento melhor e de aspecto mais agradável do que o obtido com aplicação de tinta.

  1. Utilize um raspador para retirar qualquer vestígio de gordura ou isolante aplicado.
  2. Se for necessário emassar, utilize massa de vidraceiro misturada com pigmentos de oxido de ferro, para obter a cor da madeira.
  3. Passe lixa de madeira e aplique duas demãos de imunizador para madeiras;
  4. Se você quiser, aplique uma ou mais demãos de verniz.

Pedra, tijolo e reboco

Pedra ou tijolo já pintados

Se pintar com tinta para cimento:
  1. Retire as partículas desagregadas, passando uma escova de aço sobre toda a superfície a pintar;
  2. Se a película de tinta apresentar buracos e tendas, tape-os com massa. Se aqueles constituírem imperfeições da parede, utilize argamassa;
  3. Aplique duas demãos de tinta.
Se pintar com tinta plástica:
  1. Tape os buracos e as fendas e retire as partículas soltas. Para preencher pequenas descontinuidades da parede, utilize uma massa preparada com gesso e a própria tinta que vai aplicar;
  2. Isole com uma demão de tinta plástica diluída ou com isolante apropriado;
  3. Aplique duas demãos de tinta.
Se pintar com esmalte:
  1. Retire a tinta desagregada com um raspador ou uma escova de aço.
  2. Tape os buracos e as fendas como indicado em pintar com tinta para cimento, acima;
  3. Aplique uma demão em todas as áreas sem tinta.
  4. Aplique uma demão geral – duas, se pretender aplicar uma cor clara sobre uma escura;
  5. Aplique uma ou duas demãos de esmalte.

Pedra ou tijolo não pintados:

Se pintar com tinta para cimento:
  1. Tape os buracos e as fendas.
  2. Para evitar eflorescência – aparecimento de manchas brancas devido à presença de sais alcalinos nos materiais utilizados na construção da parede -, aplique um isolante especial. O seu fornecedor poderá aconselhá-lo;
  3. Aplique duas demãos de tinta,
Se pintar com tinta plástica:
  1. Tape os buracos e as fendas.
  2. Aplique um isolante adequado (no caso de determinadas marcas, pode ser aplicada diretamente uma demão de tinta plástica bastante diluída);
  3. Aplique duas demãos de tinta plástica para exteriores.
Se pintar com esmalte:
  1. Tape os buracos e as fendas com argamassa.
  2. Aplique urna demão geral de isolante apropriado.
  3. Aplique a 1a. demão;
  4. Aplique uma ou duas demãos de esmalte.

Reboco e areia alva ou pó de pedra velhos:

Se pintar com tinta para cimento e tinta plástica:

  1. Retire as partículas soltas, utilizando urna escova macia e ligeiramente úmida,
  2. Repare as partes do reboco que estejam imperfeitas ou desligadas da parede e aplique isolante nestas áreas.
  3. Aplique duas demãos de tinta. Utilize uma trincha de cerdas rijas ou mesmo um pincel de caiar (brocha para caiação).

Esmalte:

As mesmas indicações de pedra ou tijolo já pintados devem ser aplicadas, exceção feita à reparação da parede, que deverá ser realizada conforme o número 2 de Reboco e areia alva ou pó de pedra velhos

Reboco e areia alva ou pó de pedra novos:

Se pintar com tinta para cimento e tinta plástica:

Siga as indicações referentes a reboco e areia alva ou pó de pedra velhos, aplicando, porém, o isolante em toda a superfície que vai ser pintada.

Se pintar com esmalte:

Limpe a superfície. Aplique um isolante especial para evitar a eflorescência e prossiga como se indica nos números 4 e 5 de pedra ou tijolo já pintados.

Metal

Metal ferroso não pintado (aço, ferro fundido, etc.)

  1. Retire bem de toda a superfície o óleo ou a gordura, utilizando um pano embebido em aguarrás.
  1. Elimine toda a ferrugem com uma escova de aço ou lixa para ferro e, em seguida, limpe o pó resultante.
  2. Aplique uma demão de isolante adequado a estes metais.
  1. Lixe levemente e aplique depois a primeira demão e uma ou duas demãos de esmalte sintético.

Metal terroso já pintado e com bastante ferrugem:

  1. Raspe cuidadosamente a superfície esfregando-a com uma escova de aço;
  2. Aplique isolante apropriado nos pontos em que o metal ficou a descoberto;
  3. Continue o trabalho como se indica nos números 3 e 4 da alínea de Metal ferroso não pintado (aço, ferro fundido, etc.)

Metal galvanizado novo

  1. Elimine o óleo e a gordura existentes com um pano embebido em aguarrás ou qualquer desengordurante;
  2. Aplique uma demão de isolante de plumbato de cálcio ou outro isolante aconselhável;
  3. Aplique a 1a. demão;
  4. Aplique uma ou duas demãos de esmalte.

Metal galvanizado velho

A galvanização pode sei danificada pelos decapantes destinados a retirar a tinta. Por isso, remova a tinta solta com urna escova de aço. Utilize a escova cuidadosamente, já que quaisquer arranhões na camada galvanizada favorecem o aparecimento de ferrugem. Proceda depois como se se tratasse de metal galvanizado novo.

Metal não ferroso novo (alumínio ou suas ligas)

  1. Limpe o óleo ou a gordura com aguarrás;
  2. Aplique isolante de cromato de zinco ou outro isolante aconselhável;
  3. Lixe suavemente e aplique a 1a. demão e uma ou duas demãos de esmalte.

Metal não ferroso corroído

  1. Com o auxílio de uma escova de aço ou lixa para metais, retire a parte oxidada do metal, a qual se apresenta sob a forma de um depósito cristalino branco. Procure não riscar a superfície do metal;
  2. Aplique cromato de zinco ou outro isolante aconselhável;
  3. Lixe levemente e aplique a 1a. demão seguida de uma ou duas demãos de esmalte.

Outras superfícies de exteriores

Fibrocimento não pintado

Se pintar com tinta plástica

Proceda como para pedra e tijolo não pintados

Se pintar com esmalte

  1. Tape os buracos e as fendas e passe depois a lixa.
  2. Escove e aplique um isolante próprio para fibrocimento.
  3. Aplique a 1a. demão.
  4. Aplique uma ou duas demãos de esmalte.

Fibrocimento já pintado

Se pintar com tinta plástica

Proceda corno para pedra e tijolo já pintados

Se pintar com esmalte
  1. Passe a lixa e retire as partículas soltas.
  2. Tape os buracos e as juntas e aplique a 1a. demão sobre as partes a descoberto.
  3. Aplique a 1a. demão em toda a superfície;
  4. Aplique uma demão de esmalte.

Aglomerado de madeira não pintado

Se pintar com tinta plástica
  1. Tape as juntas e os buracos originados por pregos e, em seguida, lixe-os.
  2. Limpe com urna escova e aplique uma demão de isolante para aglomerado de madeira.
  3. Aplique duas demãos de tinta.
Se pintar com esmalte
  1. Proceda como para a tinta plástica, exceto nas duas últimas demãos, que deverão ser, respectivamente, a 1a. demão e outra de esmalte.

Atenção: Pinte a parte de trás da placa de aglomerado de madeira corno medida de proteção contra a umidade.

Aglomerado de madeira já pintado

Se pintar com tinta plástica

Proceda tal como tal corno para pedra e tijolo já pintados

Se pintar com esmalte
  1. Tape os buracos e as juntas, lixe, retire toda a tinta solta com um raspador e escove.
  2. Aplique nas superfícies a descoberto a 1a. demão e proceda, em seguida, como se indica nos números e 3 e 4 para aglomerado de madeira não pintado;
  3. Com uma escova de aço, limpe o reboco, tendo o cuidado de verificar durante esta operação se este se encontra em boas condições. Se o reboco estiver solto ou pouco aderente, deverá ser removido antes da pintura e refeito. Como é impossível disfarçar a linha de união de duas superfícies rebocadas em diferentes ocasiões, refaça uma parede inteira. Na impossibilidade de fazê-lo, refaça o reboco numa área limitada por linhas retas, de preferência formando um quadrado. Tape quaisquer buracos ou fendas existentes no reboco usando argamassa. Aplique uma demão de isolante, se necessário, e em seguida duas demãos de tinta sintética para paredes, ou de tinta plástica. Se empregar tinta texturada, não será necessário isolar e a tinta será aplicada numa só demão. Este tipo de tinta não só confere às paredes um aspecto mais agradável como, dada a sua grande capacidade de enchimento, tapa quaisquer fendas ou outras imperfeições existentes nas paredes;
  4. Trate em seguida da madeira pintada. Se a tinta existente se encontra em condições precárias e, principalmente, pouco aderente à superfície, remova-a utilizando o maçarico e a técnica descrita na seção Retirando tinta antiga. Se a pintura velha se encontrar aderente, não necessita removê-la; você deve, porém, passar muito bem lixa de madeira. No primeiro caso também deve alisar a madeira com lixa antes de aplicar a tinta. Num e noutro casos — no primeiro em toda a superfície e no segundo nos locais onde a madeira ficou a descoberto — aplique uma demão de isolante próprio para madeira. Em seguida emasse, tendo o cuidado de tapar quaisquer buracos ou fendas, lixe de novo e aplique uma demão geral. Acabe com duas demãos de esmalte;
  5. Trate os elementos metálicos (grades, portões, etc.) tal como procedeu com a madeira. Neste caso, como é de primordial importância a preparação da superfície, dê especial atenção ao grau de enferrujamento existente, no caso do ferro. Se toda a superfície estiver enferrujada, remova a tinta pelos processos já descritos. Junto a vidros ou materiais inflamáveis não utilize processos de decapagem a fogo, mas sim decapantes químicos. Em seguida, e após lixar bem a superfície, aplique o isolante — cujo tipo dependerá do metal em causa — em toda a superfície, se a decapagem tiver sido completa, ou somente nos pontos onde o metal ficou a descoberto, se não tiver retirado completamente a tinta velha. Em qualquer dos casos lixe muito bem, emasse, se necessário, e aplique uma demão geral, à qual se seguirão duas demãos de esmalte;
  6. Por fim, trate a madeira envernizada. Se o verniz se encontrar em más condições retire-o, recorrendo, para tal, a raspadores. Jamais queime ou utilize decapantes para remover o verniz velho, pois estes processos enegrecem a madeira, dando-lhe um aspecto desagradável. Nas áreas em que o verniz foi retirado, ou em toda a superfície, se a remoção tiver sido total, aplique uma demão de tapa-poros ou de verniz preparador de fundos, à qual se seguirão duas ou três demãos do verniz apropriado. Dada a pouca duração dos vernizes no exterior, escolha criteriosamente o verniz a utilizar. Para tal, indique ao seu fornecedor o tipo de madeira que pretende envernizar e as condições do ambiente a que o verniz ficar á sujeito.

Recomendações para a pintura de exteriores

Ao voltar a pintar as janelas e portas, procure evitar que a tinta forme uma camada excessivamente espessa que impeça ou dificulte fechá-las ou corrê-las. Contudo, se este problema lhe parecer inevitável, aplaine as superfícies para obter uma folga maior antes de aplicar a tinta.

Para retirar pingos de tinta dos vidros, passe um pano ligeiramente embebido em qualquer dissolvente e raspe depois com um pedaço de lâmina de barbear. Não use raspador nem lixa, para não riscar o vidro, podendo, todavia, recorrer a palha de aço fina. Neste caso, porém, limpe cuidadosamente a superfície onde empregou a palha de aço, já que qualquer fragmento desta, por mais diminuto que seja, origina, ao enferrujar, uma mancha acastanhada que proporciona um aspecto muito desagradável na pintura e, depois de seca, se torna muito difícil de ser disfarçada.

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