Gasolina: conheça mais sobre ela

A gasolina deve reunir um certo número de características para poder ser utilizada como combustível no motor do automóvel. Deve ser volátil (isto é, deve vaporizar-se facilmente), a fim de permitir um arranque fácil em tempo frio e um aquecimento rápido do motor sem excessiva utilização do afogador. Contudo, não deve ser demasiado volátil para não se vaporizar tão rapidamente que se torne antieconômica e dê origem à formação de bolhas de vapor que podem impedir a passagem da gasolina. A gasolina deve ainda ser resistente à detonação, que se manifesta por um ruído característico denominado “grilar” ou batida de pino, estar isenta de impurezas e não ter tendência para a sedimentação.

Veja aqui como a gasolina é refinada do petróleo

A detonação ocorre quando a gasolina apresenta um índice de octana demasiado baixo para a taxa de compressão do motor. Praticamente qualquer falha que provoque uma elevação da temperatura do motor acima da temperatura normal de funcionamento indica a necessidade de utilização de gasolina com maior índice de octana.

Figura mostrando como ocorre uma combustão normal da gasolina e os problemas que podem ocorrer
Figura mostrando como ocorre uma combustão normal da gasolina e os problemas que podem ocorrer

Riqueza da mistura

Para uma boa combustão, a proporção em peso de ar e gasolina deve ser de aproximadamente 15:1, ou sejam quinze partes de ar para uma de gasolina. Esta mistura permite uma combustão completa com um mínimo de desperdício, porém, para um funcionamento econômico a uma velocidade cruzeiro a mistura poderá ser mais pobre – 16:1.

Para maior potência (com o acelerador todo acionado)), será necessário enriquecê-la para 12:1, e, para o arranque em tempo frio, para 1:1. Quando uma mistura é demasiada rica pelo fato de a proporção de gasolina ser superior à adequada, ou demasiado pobre, pode não inflamar. Se o motor “morre” por afogamento causado por misturas demasiadas ricas, como acontece quando se utiliza em excesso o afogador, deve-se pressionar o acelerador a fundo e ligar o motor de arranque sem tirar o pé do acelerador até o motor pegar. Deste modo o excesso de combustível será expulso pelo escapamento. Se, pelo contrário, o acelerador for pressionado várias vezes será mais difícil conseguir fazer que o motor pegue, pois a mistura torna-se ainda mais rica.

A condensação da umidade ocorre no interior de todos os tanques de gasolina, especialmente nos dos automóveis que ficam sujeitos às baixas temperaturas noturnas após terem estado expostos ao calor do sol durante o dia. A condensação mínima verifica-se nos tanques subterrâneos dos postos de abastecimento, pouco afetados pelas variações de temperatura do ar.

Quando um automóvel estaciona, ao fim do dia,  está normalmente quente; à medida que arrefece, o ar contendo umidade é aspirado pelo tanque de gasolina. Verifica-se então a condensação e as gotas de água, mais pesadas que a gasolina, descem para o fundo do tanque, originando a sua corrosão.

É sempre aconselhável encher o tanque antes que o nível de gasolina esteja demasiado baixo, a fim de evitar que a água ou as impurezas que eventualmente existam no fundo sejam aspiradas pelo sistema de alimentação. Se o automóvel tiver de permanecer parado durante muito tempo, deve-se esvaziar a gasolina da bomba e do carburador para evitar a formação de depósitos que poderão entupir o sistema de alimentação.

O índice de octana de uma gasolina denomina-se comparando-a com uma mistura de dois derivados líquidos do petróleo num motor de teste de laboratório. Um dos derivados – a isoctana – apresenta uma grande resistência à detonação, enquanto a heptana tem uma resistência bastante menor. Diz-se que uma gasolina tem um índice de octana de 90 se tiver as mesmas propriedades antidetonantes no motor de teste laboratorial que a mistura de 90 partes de octana com 10 partes de heptana.

A taxa de compressão do motor de teste pode ser regulada enquanto este trabalha, podendo obter-se um ponto exato de detonação para qualquer tipo de gasolina. No Brasil as características de gasolina vendida ao público são fixadas por lei.

A gasolina consiste numa mistura complexa de hidrocarbonetos, sendo o seu índice de octana uma das muitas características que afetam o seu desempenho nos motores; essas características variam durante o armazenamento sendo, portanto, conveniente recorrer a postos de gasolina de grande movimento aonde o combustível permanece armazenado por pouco tempo. O índice de octana de que o motor necessita também varia com o tempo de funcionamento e quilometragem deste, devido à progressiva acumulação de carvão nas câmaras de explosão e outros fatores.

É aconselhável seguir as recomendações do fabricante do automóvel quanto ao índice de octana da gasolina a ser utilizada. Não há vantagens em usar uma gasolina com um índice superior ao necessário, embora também não haja desvantagens, a não ser o preço mais elevado.

Formação de vapor e gelo

A alimentação de combustível ao motor pode ser dificultada em tempo quente pela formação de vapor, que ocorre no sistema de alimentação – quando este está demasiado quente -impedindo que a bomba forneça o combustível ao carburador.

Às vezes, a gasolina entra em ebulição na cuba do carburador após a parada do motor, devido ao calor deste, no que resulta uma mistura demasiada rica no coletor de admissão. Como esta dificulta o arranque, é necessário aguardar que o motor arrefeça.

Para evitar estas dificuldades, as companhias fornecedoras de combustível alteram a volatilidade da gasolina para que esta se adapte às variações de temperatura, no verão e no inverno. O gelo que se forma na parte externa do carburador não causa problemas; porém, o que se forma em seu interior pode reduzir e por vezes obstruir as passagens do ar. O motor perde potência e “morre” quando funciona em marcha lenta.

Consumo de combustível

A forma de dirigir influi consideravelmente no consumo de combustível. Pode haver variações mesmo em trajetos semelhantes percorridos em dias consecutivos, devido às diferenças de velocidade e às condições do trânsito. Um automóvel circulando em estrada a 80 Km/h poderá fazer 12 km/l. Aos 100 Km/h, o consumo poderá aumentar e ele passará a fazer 10 km/l. Na cidade, onde o trânsito obriga a repetidas paradas e arranques, o consumo poderá atingir os 8 km/l. O consumo de gasolina, durante o primeiro quilômetro percorrido com o motor frio, é muito superior ao consumo durante o percurso de 1 Km com o motor quente, razão pela qual é importante aquecer o motor tão rapidamente quanto possível.

Não é fácil calcular com exatidão o consumo de combustível; pode-se, contudo, obter uma indicação bastante aproximada enchendo completamente o tanque antes de uma viagem longa, após a qual se volta a encher este. Dividindo o número de litros necessários para encher novamente o tanque pelos quilômetros percorridos, obtém-se o consumo aproximado. Para dados mais exatos, fazer a comparação entre os resultados de diversas viagens.

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